23 de novembro de 2011

25 de novembro: Dia Internacional de Luta Contra a Violência à Mulher


Não sei por onde começar, mas sei que não quero falar do meu dia 24 de fevereiro de 2008, da maneira que apanhei do meu ex-namorado, do meu namorado ou da dor que minha família passou. 

Direciono o meu texto para as meninas que namoram, principalmente as gurias que estão começando um relacionamento. Não tenho base em estudos, mas na minha experiência. Ok?

As reações do seu namorado dizem muito sobre ele. No início o cara é um doce, atencioso, mas depois ele é possessivo, ciumento e cheio de razão. Ele sai para beber com os amigos, mas não admite que você vá até a esquina sozinha. Acompanhada? só se for com ele.  

Numa discussão ele quebra coisas, arranca seu colar do pescoço, deixa você chorando sozinha. Não tem consideração com seus amigos. Tem uma necessidade imensa de beber, usar drogas e fumar. Só o excesso faz bem para ele. E ele é moralista. Sempre. Ele manda em você. Você obedece. Mas ele é um doce, lembra? (às vezes ele era mesmo, outras não...e o não é muito mais forte). 

Não preciso dizer que tudo isso aconteceu comigo, antes do dia 24. Eu tinha vergonha de admitir que estava namorando uma pessoa assim. Eu fingia para todo mundo que tudo estava bem, mas só eu sabia o quanto aquele "estar bem" pesava em mim. Não queria  falar os meus pais que - mais uma vez - eu estava com a pessoa errada. E, com certeza, eles gostariam muito de ouvir isso e não ouvir meu choro de dor ou ver as marcas no meu corpo. 

Depois de tudo eu saí dos meus empregos, eu não tinha condições psicológicas para trabalhar. Lembro que dei uma aula, e tive que ir com roupas compridas (no calor de março) para esconder os machucados. Também voltei a morar com os meus pais e naquela época só conseguia dormir com ajuda de rivotril e ao lado da minha mãe. Sem contar nas idas para a delegacia e a tristeza dos meus pais. Fico triste quando lembro que tudo isso também resultou em dor para eles também. 

No início eu tinha uma necessidade imensa em falar sobre isso. E isso me protegia também. As pessoas me ligavam, meus amigos tentavam animar minha vida. Tive muito apoio. E isso foi fundamental. 

Uma parte chata de toda essa história é que minha auto-estima morreu. Eu conseguia encontrar defeitos em mim, transferi muita coisa para um relacionamento que tive logo depois ... transferi muita dor. Mas muitas pessoas não estão preparadas para lidar com o drama do outro. E lógico, o relacionamento não deu certo. 

No início desse ano comecei a terapia. Há 10 meses vou na Psicóloga Joselaine Garcia  - a melhor - e posso afirmar que foi a melhor ideia da minha mãe (ela que marcou a primeira consulta) e o melhor investimento de 2011. Descobri tantas coisas, tenho aprendido tanto com a terapia, e mandei embora boa parte desse trauma.  Aprendi a lidar com meus relacionamentos (namoro, amigos, família, etc) e aprendi a lidar comigo mesma. 

O mais importante de tudo é não deixar que um namoro influencie em toda sua vida. Saber dizer "não", e não deixar nenhum homem humilhar você. As mulheres precisam de amor (próprio) e bom humor. 

Agora, se você deixou passar e o cara agrediu você, tenha muita força de vontade, grite por socorro e denuncie. Abrace sua família, amigos, filhos, desconhecidos (muitas pessoas ajudam nessas horas) e lute contra qualquer ato de violência. Não deixe que um homem (mesmo que seja o "amor da sua vida") desrespeite quem você é.  


Ser mulher é merecer respeito em qualquer lugar, em qualquer situação. 



16 de novembro de 2011

Peso, medidas e dietas

Sempre tive problemas com meu peso. Também posso declarar que meu estado civil é: Eternamente em dieta. Pois é, nunca foi fácil viver em um mundo onde ser "bonito" está relacionado com o fator ser "magro". 

Lembro até hoje que aos 16 anos tive uma mega inspiração divina e voltei das férias de verão 12 kg mais magra. Os meninos da minha escola fizeram um corredor de palmas e assovios. Foi o auge. Fui POP d+ naquele ano. Minhas calças desenhadas fizeram moda no colégio, minhas notas eram ótimas e eu vivia para ler, malhar, começar namoro em um dia e acabar no outro e assistir novelas mexicanas. Foi também meu último ano naquela escola, com aqueles que foram os meus amigos durante todo o tempo de colégio.

Minha vida era extremamente regrada. Eu era feliz assim ( ou achava que era...)

Cheguei aos meus desejados -25kg, menos saúde, menos elogios e muitas neuras. Eu queria ser magra. E estava magra demais. Mas eu era a única pessoa que não percebia isso.  

Mas meu fim não foi trágico. Seis meses depois, minha mãe me levou na nutricionista (meu ciclo menstrual estava offline) e contou as minhas loucuras. A nutri conversou comigo sobre anorexia, tomei vitaminas e logo tudo voltou ao normal. Não engordei mais como antes, mas recuperei meu peso. Graças a Deus.

Sei que meu caso é nada, perto de muitos que acontecem por aí, e fico muito feliz quando vejo que alguns corpos anoréxicos estão saindo de cena porque não passam a ideia de "corpo saudável." 

Sinceramente, prefiro ser como sou: peito, bunda e pernas (quadris tb). Prefiro ser assim e aproveitar algumas loucuras gastronômicas. Até porque, a vida de "cheiradora de chocolate" é triste d+. 

Meninas, sejam o que vocês desejam ser, mas sem essa pressão da sociedade, da guria seca da esquina ou qualquer outra pessoa que não tenha o mínimo de respeito com você. 

14 de novembro de 2011

"...Pinte a vida com o arco-íris do prazer;
Sonhe, pois sonhar ainda é fundamental
E um sonho sempre pode acontecer..." 

Toquinho - Receita da Felicidade