29 de julho de 2009

ABOUT LOVE

Poetas, compositores, escritores. Funcionários públicos, médicos, estudantes. Adultos, jovens, crianças. Não importa quem tu és, o que fazes, o que tens, nem o que desejas. A questão é que, assim como aquele estranho que passa do outro lado da rua, tu também tens necessidade de amor. De sentir que és amado, de conseguir expressar o que sentes e comover quem recebe o que tu tens de melhor: tua capacidade de amar.
Há pessoas que acreditam que um simples "eu te amo" todos os dias pode enjoar, outras sentem esse amor tão intenso que precisam falar o tempo inteiro. Outros ainda, amam de um jeito tão particular que não falam nada, mas fazem tudo para garantir a felicidade de quem ama. Existe pessoas que amam que uma forma tão violenta e doentia que justificam todas as coisas ruins que fazem como "proteção".
O amor é tão falado mas muito pouco compreendido. Associamos tudo ao amor. Justificamos tudo por amor. E confundimos o amor. O que era belo, acaba sendo pálido. O que era cuidado, tornou-se dependência. O diferente vira rotina. "Pra sempre" é sinônimo de promessa aletória. A lealdade é associada a traição. A máscara da verdade cai e a mentira triunfa.
E tu te perguntas o porquê de toda essa trapaça.
E tu não encontrás motivos para justificar porque o amor virou um simples jogo, onde vence quem conseguir enganar por mais tempo. Mas tu podes abandonar esse jogo, e correr atrás de tudo que tu acreditas ser real. Não é por acaso que tu tens essa crença que ainda existem pessoas que valem a pena, que ainda existem pais que educam seus filhos com total afeição. Que existem namorados que são capazes de fazer tudo para estar ao lado da mulher que amam. Que existe protetores dos animais. Pessoas que amam tanto suas vidas que são incapazes de usar drogas. Que existem pessoas semelhantes a ti.
E por mais distante que o amor possa estar de ti, um dia ele aparece, te pega pela mão e te mostra um mundo bem diferente do que tu estás acostumado a ver. Não é conversa fiada, não é conselho, e muito menos mentira. É a crença.

25 de julho de 2009

O que eu não entendo

Eu tenho andado meio chata com os erros alheios. Também tenho me questionado sobre várias coisas que, aos olhos dos outros,são normais. Ainda não sei se eu sou o peixe fora d´água, se eu sou diferente ou se as pessoas estão erradas ou, melhor dizendo, enganadas. Essa semana questionei muitas pessoas e me questionei também sobre a necessidade que todo mundo tem de beber. Não existe uma "junção" que a primeira palavra não seja "e quanto de ceva?". Não existe um jogo que futebol que os torcedores assistam sem estar acompanhados da "loira gelada". Eu, sinceramente, tenho achado isso o cúmulo. Em primeiro lugar, porque as pessoas precisam ter uma "muleta", quero dizer, a ceva. E também porque ela deixa com um hálito horrível, faz mal à saúde, engorda e todo mundo já provou que não consegue beber com moderação. Aí, as meninas, para serem iguais os homens e arrancarem os elogios deles do tipo: "nossa, a Luana bebe muito e não fica mal.", "tua namorada é massa, bebe igual a gente" e outros tantos, acabam bebendo em excesso, mostrando que não tem postura nenhuma. Caem, levantam, dançam, rebolam, dizem coisas sem sentido e dão risadas ridículas. Mas tudo socialmente aprovado. Os homens gostam, não é?
Vejo jovens, 15, 18 ou 20 anos. Todos estão numa festa com um copo na mão. Segunda, quarta, quinta, sexta, sábado e domingo. Não tem hora, tudo em nome da "BOA". Já testemunhei tantas coisas horríveis por 4 copos de cerveja a mais. E sinceramente, me decepciono muito com as pessoas que precisam desses "valores". Os jovens, os adultos e as "crianças" criaram a necessidade de beber alguma coisa pra conversar melhor, para ser melhor, para terem dignidade de ser alguém.
E francamente, quando alguma coisa faz você dependente dela é porque não é tão boa assim. Há muita gente que perdeu o valor e o sentido de tanta coisa. E eu me pergunto, porque toda junção, toda festa, toda comemoração precisa ter uma ceva para ficar melhor? Será que as pessoas que estão perto de você também não proporcionam isso?

24 de julho de 2009

Lembranças

Há dias com ar de nostalgia. Dias que nunca mais voltarão, nem que tu faças um esforço imenso para que eles aconteçam novamente. Porque eles foram feitos exatamente para permanecer nas tuas melhores lembranças. Dias que, no momento que eles aconteceram, não tinham a conotação que têm agora. Dias banais. Dias que as mesmas coisas aconteciam. E são sobre esses dias, tão bobos, que eu escrevo com lágrimas nos olhos, de saudade.

7 hs da manhã. A mãe abria a porta do quarta. Estava na hora de ir para o colégio. E, lá íamos, eu e a Liége. Enfrentar mais um dia de aula, escutando a mesma frase todos os dias: "Coloca mais roupa, tá frio". Aula. Aula. Aula. Saída do colégio. E voltávamos para casa. Hoje eu nem lembro que caminho pegávamos para voltar. Mas sei que a mãe, a Princesa, a Kita e a Fifi estavam na frente de casa para recepcionar nossa chegada.

Almoço. Academia. Taekwondo. Inglês. Gurias. Telefonemas. Namoros.

E chegávamos a tardinha para assistir "Tarde de Amor" no SBT. E começa a maratona de novelas mexicanas. Só acabávamos quando passada a última novela. Sem esquecer as intermináveis pipocas para assistir "Por teu amor". LA USURPADORA.

Preparações para torneios de Taekwondo eram feitas meses antes porque nada poderia ser esquecido.

Brigas. Risadas. Choros. Tristezas. Alegrias. Músicas que só nós conhecíamos. Compartilhávamos tudo, sem mesmo saber que fazíamos isso. Tudo tinha um companheirismo silencioso. Sincero.

Tudo era tão simples e tão bonito.

E hoje, são lembranças. Mas todas as vezes que lembro dessas coisas eu choro. Choro porque sinto saudade, falta e necessidade. Porque sei que tudo isso acabou. E isso não é pessimismo, mágoa ou tristeza. É saber que crescemos, temos outras responsabilidades, mas é também ter certeza que tudo isso foi feliz, do jeito mais clichê e bobo. Mas foi.

22 de julho de 2009

O dia começa assim....


Hoje parece que o mundo inteiro resolveu conspirar ao meu favor. Recebi várias boas notícias. Primeiro, minha irmã passou no mestrado. Minha amiga, a Aline, passou no exame da OAB. Minha mãe resolveu que vai fazer técnico em enfermagem. Recebi um imenso incentivo hoje para montar uma banda (do jeito que eu quero) e estou me preparando pra viajar para Paris. E as aulas de violão estão ótimas. Sexta-feira eu volto para a natação e semana que vem começo aula de técnica vocal. Ultimamente eu tenho feito tudo que sempre quis fazer e nunca tive impulso o suficiente para começar. Estranho como tudo tem outro sentido agora. Se eu pensar na minha vida antes, com tudo que estou vivendo agora, não existe comparação. É tudo bem mais concreto hoje. Tudo mais bonito e sem maldade. Existe empenho, doação e felicidade. E essa semana eu voltei a ser mais legal. O mundo começou a gritar no meu ouvido novamente. E eu voltei a me preocupar com tudo. Voltei a ser humana. E isso é um progresso.



21 de julho de 2009

Para uma folha caindo...




A primeira vez que a derrubaram, ela permaneceu sentada, olhou ao redor de si mesma, procurou móveis para se apoiar e em vão tentou segurar as mãos que ofereciam sustentação. Uma, duas e três tentativas. Na quarta, conseguiu endireitar o pé torto e, enfim, levantou-se.
Na segunda vez que a derrubaram, a rua estava fria e escura. Chovia. Seus pés deslizavam nas poças de água, carros passavam apressadamente sem perceber sua desesperada presença. Ficou noites ali, imóvel, até que um dia um velhinho escutou um choro silencioso e, com um largo sorriso, ofereceu-lhe a mão.
A terceira vez que a derrubaram, sentiu que a dor consumia cada parte de si. Não conseguiu pensar em nada. Acha até que ficou inconsciente e quando acordou já estava em pé.
A quarta vez que a derrubaram, o sorriso ingênuo apagou-se. Toda sua alma sentia uma revolta imensa, revolta de quem não admitia o que estava acontecendo, de quem cansou de aceitar. Levantou com suas próprias forças. O semblante não era mais de uma criatura eternamente agradecida pela ajuda dos outros.
Não. Ela não queria perder. Não queria depender. Não queria aceitar. Não queria resignação.
Nem pena. Misericórdia ou perdão.
E nunca mais tentaram derrubá-la. Porque agora ela também sabia ferir.

20 de julho de 2009

Todas as minhas tentativas de escrever são um espécie de sofrimento. Eu penso muito. Quero escrever tudo. E não quero ser chata e nem repetitiva. Deve ser fruto dessa natureza perfeccionista e intolerante com meus próprios defeitos. Ou deve ser o resultado de sempre ter alguém buzinando no meu ouvido: "Você pode fazer melhor".
Hoje foi um dia que esperei muito e ganhei pouco. Talvez seja o velho defeito de começar a depender muito dos outros. E quando isso começa, é melhor terminar de uma vez. Porque não existe nada pior que você precisar de um abraço e receber um aperto de mão. Ou você estar empolgadíssimo com alguma coisa e escutar: "ah, legal". Talvez quando você simplesmente está precisando de alguém, e não vê ninguém, as coisas tomam proporções grandes e estranhas.
Eis que a individualidade começa a falar aqui.....