24 de julho de 2009

Lembranças

Há dias com ar de nostalgia. Dias que nunca mais voltarão, nem que tu faças um esforço imenso para que eles aconteçam novamente. Porque eles foram feitos exatamente para permanecer nas tuas melhores lembranças. Dias que, no momento que eles aconteceram, não tinham a conotação que têm agora. Dias banais. Dias que as mesmas coisas aconteciam. E são sobre esses dias, tão bobos, que eu escrevo com lágrimas nos olhos, de saudade.

7 hs da manhã. A mãe abria a porta do quarta. Estava na hora de ir para o colégio. E, lá íamos, eu e a Liége. Enfrentar mais um dia de aula, escutando a mesma frase todos os dias: "Coloca mais roupa, tá frio". Aula. Aula. Aula. Saída do colégio. E voltávamos para casa. Hoje eu nem lembro que caminho pegávamos para voltar. Mas sei que a mãe, a Princesa, a Kita e a Fifi estavam na frente de casa para recepcionar nossa chegada.

Almoço. Academia. Taekwondo. Inglês. Gurias. Telefonemas. Namoros.

E chegávamos a tardinha para assistir "Tarde de Amor" no SBT. E começa a maratona de novelas mexicanas. Só acabávamos quando passada a última novela. Sem esquecer as intermináveis pipocas para assistir "Por teu amor". LA USURPADORA.

Preparações para torneios de Taekwondo eram feitas meses antes porque nada poderia ser esquecido.

Brigas. Risadas. Choros. Tristezas. Alegrias. Músicas que só nós conhecíamos. Compartilhávamos tudo, sem mesmo saber que fazíamos isso. Tudo tinha um companheirismo silencioso. Sincero.

Tudo era tão simples e tão bonito.

E hoje, são lembranças. Mas todas as vezes que lembro dessas coisas eu choro. Choro porque sinto saudade, falta e necessidade. Porque sei que tudo isso acabou. E isso não é pessimismo, mágoa ou tristeza. É saber que crescemos, temos outras responsabilidades, mas é também ter certeza que tudo isso foi feliz, do jeito mais clichê e bobo. Mas foi.

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